Isolado do mundo, sucumbido no meu próprio universo
Universo de dores, temores e desilusões
Sinto – me como se tentasse fugir, mas não conseguisse me esconder
Me esconder dos fantasmas do passado que me assombram na escuridão de minhas noites vazias...
Sei que não devemos evitar o confronto apenas por medo do fracasso
Mas não consigo superar o temor que sinto quanto a noite chega...
Infelizmente não consigo seguir em frente sem olhar para trás
Sem lembrar dos momentos perfeitos que se foram como areia na ventania
Sei que prometi que seria diferente, mas não é possível controlar o que se sente
O acaso me deixou reprimido nos meus dias de amargura e nas minhas noites de solidão
Solidão hoje que é minha companheira de estrada
Estrada que me leva sempre ao mesmo lugar
Me leva sempre de volta a solidão...
Não consigo ver qual caminho devo seguir
Tudo me parece tão igual que chego a pensar se avancei ou só mudei de habitat...
Devo ficar ou fugir ?
Admito que vivo Fugindo por medo
Medo de encontrar a felicidade e perde-la novamente...
Afinal fugir é apenas uma maneira solitária de não admitir que erramos?
Ou uma maneira covarde de negar que não vivemos sem amor?
Sei que todos precisamos de um lugar para voltar
Que a despedida é sempre dolorosa e tristonha
E que a indiferença dilacera os corações
Mas ainda espero pelo momento que voltarei a dormir e sonhar
Sonhar com planos para o futuro
Onde o barulho das ondas não tragam lembranças tristes
Onde o por do sol não me faça mais chorar
Onde o amor nunca falte
Onde não precise mais viver fugindo
Pois sempre que tento seguir em frente
Me sinto fugindo como um ladrão na noite...
Por: Tatiana Bontay